quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cera Fria


Entre buzinas e uma prece
A pressa e o sol.
Que brilhava e refletia
Na lágrima de sangue
De um olhar penoso,
Enquanto o mundo
O olhar desvia e assim
Seguia o pranto.

Um canto de súplica
Rogava ao mundo e o
Mundo rogava o cessar deste canto.
Que reprimido ao ar jazia,
E resistindo tornou-se apenas
Mais um penar,
De uma vela, sua cera fria!

Borboletas Amarelas


Tinham que ser elas,
Só podiam ser aquelas.
Elas...
Que vão por ai sem se preocupar.
E vão pelo domínio delas,
Formando em voo aquarelas,
Indo por caminhos e vielas,
E com certeza não há fivelas
A que cintos possam afrouxar.
Uma liberdade singela
Semelhante a de libélulas
Que voam de par em par.
Onde aqui tudo e exceção
Fica somente a esperança
E a mansidão das Borboletas Amarelas.

Carinho





Tempero da vida na contenda,
Um viver melhor.
Na metade da corrida
Agora distante o que espero
É o teu encontro.
Subitamente,
Porém ardente.
E será sublime...
Em sonho ou pessoalmente
E sempre incessante,
Pois na medida do tempo
Nada é impossível.

Poesia




Firme e leve
Como a alma incandescente.
Clara é sopro
Luz do sol nascente.
Vida bela, vida limpa,
Luz nunca ausente.
Canto puro 
Suas raízes fazem dunas lentamente.
Ouça a música
E se deixe levar.
Não viva, sinta... 
Clora e límpida
Sem tristeza, nem rancor,
Apenas poesia.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sentidos





Não há despedidas para o pensar,
E seu consolo é a lembrança.
Mesmo com o mudo a girar,
Em sua essência persiste a esperança.
Já o olhar não nega razão, [de existir]
Mostrando alma por simples fitar,
Coração adentro invadir.
Poderoso é o tato que sente a vida,
Eterniza o sumo do toque
E restaura a aberta ferida.
Em ausência, um corpo vazio,
Complexidade por um fio.
Sentidos...
Algo tão sublime que deixa
Todo ser perdido.

domingo, 11 de julho de 2010

Quimera


O oculto estava intacto
E o pensamento a sete chaves.
Corrompeu-se o silêncio
Dedurando- me no olhar.
Minha voz ausente
Cede a um âmbito vazio e monótono
Proveniente do lugar.

Banindo a Quimera
Antes que a alma afague,
Em extinção dilacera o desejo.
Ofuscado por ela forja um caminho
Não permitindo (jamais!)
Que esta luz se apague.

Não?


Dêem – me um não
Com máscara e maquiagem,
Um simples sorriso,
Ou testa franzida.

Dêem- me sempre o seu melhor
Sem falsidade, do que um não
Maltrapilho e sem roupagem.


Diga-me sem piedade,
Não faça pouco de mim.
E se achas que com isso
Me tortura?
Basta só dizer que SIM!

Acordeto



Dormia o soneto
No idílio do poeta
Enquanto ele chorava
E vez outra sorria.

Sonhava com flores
E seu desabrochar,
Tornar- se liberto era
O que mais queria.

E num instante
Da mistura de
Sentimentos.

Dentre linhas
Acorda o soneto
Num papel branco.

Querer é Varrer!


Uma vassoura é um instrumento de poder e levando em consideração essa dádiva sabemos também que sua função principal é varrer. É um instrumento que move as coisas, porém ela não faz esta ação sozinha. É necessário que haja uma mão que a movimente e exerça esta ação sobre ela.
A vassoura por si só não varre o lixo. Esse lixo são todas as coisas negativas do mundo que direta ou indiretamente nos atinge. Essa vassoura é o nosso conhecer, porque conhecer é poder. Conhecer o problema, o empecilho, é uma dádiva que todos nós temos alguns ativos, outros apenas adormecidos.
Essa ação de movimento é o nosso querer de mudança seja lá qual for a situação, e não basta apenas possuir a vassoura, o querer é que realmente faz a diferença e assim afastará de si ou do ambiente que se encontra tudo aquilo que não se deseja. O que é bom ou ruim nós temos conhecimento, o que realmente nos falta é o querer.
Muitas pessoas alegam que não fazem essa varredura porque não sabem como, só que não há grandes mistérios que nós não já saibamos. Qualquer movimento que se faça com uma vassoura, seja no chão, seja no ar, o efeito de varrer será executado havendo coisas no espaço visível ou não.
Então sejamos a mão que move a vassoura! Rompendo todas as adversidades do cotidiano, pois serve para todos os seguimentos de nossas vidas: Sentimental, familiar, etc.
Sabendo varrer pode ser uma forma de dissipar e se livrar do problema, deixando bem claro que não se trata de mover apenas, e sim exterminar aquilo que não se quer para que não mais venha a aparecer diante de si, afinal tudo aquilo que se move com a vassoura vai para o lixo e não volta e o querer e fundamental para tal feito. Uma vassoura sem essa mão por trás é ineficaz, por isso que ela é especial perante outros instrumentos que requerem uma habilidade maior.
Sejamos então mais uma vez essa mão que move a vassoura! Se nos apegarmos simplesmente ao fato de já conhecermos o problema e não existir a vontade de reverter à situação, esse lixo vai se acumular de uma forma tão rápida que afetará não só a você como a que estiver a sua volta. Por exemplo, sua casa: Se não houver uma varredura diária o lixo irá acumular e incomodará a todos. Assim são os sentimentos destrutivos e a negatividade em geral quando não existe o querer de mudança, então, é imprescindível que se tenha essa atitude pensando em si e para o bem comum.
Há ainda pessoas que possuem o conhecimento e a querência, (a vassoura e a mão que a move), porém, utilizam da técnica errada. O normal seria dissipar o lixo só que essas pessoas preferem varrer para debaixo do tapete. Isso não seria dissipar e sim camuflar o problema e não deixaria de estar presente. E na maioria dos casos alguém sempre descobre e esse problema volta à tona.
Sem mencionar que nesse período em que o lixo esteve embaixo do tapete, outros resíduos se acumularam e que provavelmente se somará a outros resíduos formando uma imensa bola de negatividade, um ciclo vicioso.
As pessoas preferem camuflar sentimentos, relevar atitudes e acabam acumulando esses tipos de pensamentos que se somam a outros nesse ciclo, desviando-as do equilíbrio natural. Nada é tão fácil, é verdade, leva tempo, embora varrer seja uma atividade rápida a depender da quantidade de resíduos e do ambiente, pode se tornar exaustivo, daí o hábito de varrer para debaixo do tapete, ou seja, dá trabalho, por menor que seja o terreno. Mudar dá trabalho e as pessoas têm uma certa preguiça e é isso que as fazem ficar estagnadas na negatividade. Talvez quando trabalho passar a ser sinônimo de moleza as pessoas nos mostrarão esforço para ter a ação da mudança, do contrário continuarão no ciclo vicioso. E assim como dizem que conhecimento é poder, eu digo: Querer é varrer!



Felippe Bernardo